Este texto deveria ter sido um comentário no blog do Bruno Ribeiro, mas foi ficando tão longo que resolvi publicá-lo aqui. Sugiro, àqueles que buscarem maior compreensão das coisas, que leiam o texto dele antes de continuar aqui.
Concordo que não é hora de a militância petista descansar, mas acredito que haja pouca chance de uma reviravolta no que indicam as pesquisas. A última chance dos tucanos, que poderia ter sido o debate da Globo, foi uma coisa tão idiota e inócua que acabou favorecendo a candidata do governo, já que não mudou a decisão prévia de ninguém, nem mesmo a indecisão dos indecisos.
Concordo, também, que esta foi a campanha mais baixa dentre as que presenciei e isso acabou provocando, em mim, se não alguma decepção, ao menos algumas surpresas.
Não me decepcionei com a mídia e com a maioria dos políticos envolvidos na campanha, pois já não nutria nenhuma ilusão a respeito do PSDB e de José Serra. Fiquei surpreso, entretanto, com o voto de alguns amigos que insistiram na opção tucana ou mesmo no voto em Marina, principalmente depois que a campanha tomou o rumo que tomou e que a sordidez da oposição ficou tão desmascarada.
Não cheguei a perder nenhum amigo, já que consegui respeitar a opinião diversa, embora tenha tido algumas discussões ríspidas com muitos deles. O texto do Bruno, entretanto, me alertou para o perigo de que algum amigo tenha me "perdido" já que no meu caso, corri um risco duplo, pois tive divergências nas duas direções. A maioria continua me cumprimentando e, até agora, nenhum deles mudou de lado na calçada ao me avistar andando na rua. Espero que isso não aconteça.
Vou votar em Dilma e vou torcer por sua vitória, mas, certamente, não vou sair por aí comemorando, já que não nutro uma expectativa tão otimista assim.
O lado positivo desta campanha (e desta vitória) vai ser a de soterrar uma parcela da classe política representada pelo DEM (ou PFL, ou PDS, ou ARENA, como queiram), mas isso ainda é pouco, em minha opinião. Se eu posso nutrir alguma esperança a respeito do futuro governo de Dilma é a de que outros grupos, tão maléficos como este, sejam, também, alijados da nossa realidade e tenham seu espaço diminuído. Foi magnífica a atuação da jovem militância petista, apesar da bobeada no final do primeiro turno. Gostaria, entretanto, de ver esta tenacidade da militância dirigida para que se soterrasse da vida pública, por exemplo, a hegemonia da família Sarney que, há muitos anos castiga o povo maranhense. Me incomoda muito perceber que Roseana só conseguiu ser eleita por causa do apoio de Lula, o que impediu a ida de Flávio Dino, do PC do B, para o segundo turno. O mesmo apoio garantiu a Renan Calheiros uma cadeira no Senado por Alagoas e impediu que Heloisa Helena conquistasse este espaço. E assim como estes casos, outras famílias e outros grupos dominam o Norte e o Nordeste, justamente as regiões em que Lula tem mais apoio e que levarão Dilma à vitória.
Estes grupos têm que ser dizimados da vida pública brasileira. Se isso não acontecer, teremos o Brasil de sempre, injusto, mesmo quando cresce. Dilma pode avançar neste sentido. E é neste sentido que alimento alguma esperança de que seu governo possa ser melhor que o de Lula. Do contrário, será mais uma decepção.
Concordo que não é hora de a militância petista descansar, mas acredito que haja pouca chance de uma reviravolta no que indicam as pesquisas. A última chance dos tucanos, que poderia ter sido o debate da Globo, foi uma coisa tão idiota e inócua que acabou favorecendo a candidata do governo, já que não mudou a decisão prévia de ninguém, nem mesmo a indecisão dos indecisos.
Concordo, também, que esta foi a campanha mais baixa dentre as que presenciei e isso acabou provocando, em mim, se não alguma decepção, ao menos algumas surpresas.
Não me decepcionei com a mídia e com a maioria dos políticos envolvidos na campanha, pois já não nutria nenhuma ilusão a respeito do PSDB e de José Serra. Fiquei surpreso, entretanto, com o voto de alguns amigos que insistiram na opção tucana ou mesmo no voto em Marina, principalmente depois que a campanha tomou o rumo que tomou e que a sordidez da oposição ficou tão desmascarada.
Não cheguei a perder nenhum amigo, já que consegui respeitar a opinião diversa, embora tenha tido algumas discussões ríspidas com muitos deles. O texto do Bruno, entretanto, me alertou para o perigo de que algum amigo tenha me "perdido" já que no meu caso, corri um risco duplo, pois tive divergências nas duas direções. A maioria continua me cumprimentando e, até agora, nenhum deles mudou de lado na calçada ao me avistar andando na rua. Espero que isso não aconteça.
Vou votar em Dilma e vou torcer por sua vitória, mas, certamente, não vou sair por aí comemorando, já que não nutro uma expectativa tão otimista assim.
O lado positivo desta campanha (e desta vitória) vai ser a de soterrar uma parcela da classe política representada pelo DEM (ou PFL, ou PDS, ou ARENA, como queiram), mas isso ainda é pouco, em minha opinião. Se eu posso nutrir alguma esperança a respeito do futuro governo de Dilma é a de que outros grupos, tão maléficos como este, sejam, também, alijados da nossa realidade e tenham seu espaço diminuído. Foi magnífica a atuação da jovem militância petista, apesar da bobeada no final do primeiro turno. Gostaria, entretanto, de ver esta tenacidade da militância dirigida para que se soterrasse da vida pública, por exemplo, a hegemonia da família Sarney que, há muitos anos castiga o povo maranhense. Me incomoda muito perceber que Roseana só conseguiu ser eleita por causa do apoio de Lula, o que impediu a ida de Flávio Dino, do PC do B, para o segundo turno. O mesmo apoio garantiu a Renan Calheiros uma cadeira no Senado por Alagoas e impediu que Heloisa Helena conquistasse este espaço. E assim como estes casos, outras famílias e outros grupos dominam o Norte e o Nordeste, justamente as regiões em que Lula tem mais apoio e que levarão Dilma à vitória.
Estes grupos têm que ser dizimados da vida pública brasileira. Se isso não acontecer, teremos o Brasil de sempre, injusto, mesmo quando cresce. Dilma pode avançar neste sentido. E é neste sentido que alimento alguma esperança de que seu governo possa ser melhor que o de Lula. Do contrário, será mais uma decepção.